confissões de uma mente sem lembranças
(ou brilho eterno de uma mente perigosa)

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Run, Raq, run

Tem aquele segundo em que a gente precisa pensar numa atitude que vai definir os intermináveis minutos seguintes. Nesse segundo, eu tenho por costume tomar a decisão errada.

Ontem, voltando da Abril, resolvi passar na Braz para levar uma pizza para o Gui. Pus os pés na entrada, e, à primeira mesa, estava a Bia, uma produtora que me passou alguns dos frilas da minha fase Rê Bordosa de trabalhar em casa. Ela é amicíssima da tia do Gui, que foi a responsável por eu conseguir os frilas.

Pensei por um segundo. Entro? Ela me viu. O segundo já tinha passado, e a solução, com ela lá me olhando, foi entrar. Falei que estava só de passagem para pegar uma pizza para viagem. Ela disse para eu sentar à mesa com ela enquanto esperava e me apresentou à amiga: "A Raq é sobrinha da Ana".

Para começar, a Ana é a tia do Gui. A questão é que nem a conheço pessoalmente. Quando quis fazer frilas, nos falamos por email, e a Ana disse que eu poderia me apresentar como sendo recomendada por ela. Não menti, argumentaria meu mea culpa num tribunal.

Senti o rosto esquentar e aceitei um copo de cerveja. A amiga da Bia perguntou. "A Aninha? O que ela tem feito?". Pela segunda vez em três minutos, tive um segundo para pensar. Respondi: "Só a conheço por email." A Bia, que por um mês me arrumou frilas diversos graças à recomendação da Ana, abriu os olhões. "Você não conhece a Ana?".

Daí para a frente, meu rosto estava em chamas. Chamei o garçom e apontei aleatoriamente no cardápio dois sabores de pizza, para agilizar o pedido. A Bia não se apegou ao fato de eu não conhecer a Ana, mas, naquele papo superficial de quem não se conhece bem, a frase "Só a conheço por email" me parecia uma espinha cheia de pus na ponta do nariz.

A pizza chegou, paguei, levantei, agradeci, saí. Pelo que me lembre, foi só então que respirei.

No próximo segundo em que precisar pensar, eu corro.

8 Comments:

Blogger Raquel, Augusto e Agatha Drehmer said...

primeirona a comentar!

correr é sempre uma saída.
fazer a egípcia também teria sido uma boa nesse caso. depois você falava que estava sem as lentes de contato. sem ficar vermelha (aí é que é difícil).

14/12/05 10:10 PM

 
Anonymous Anônimo said...

engraçado seria eu falar depois com ela, e ela não tocar no assunto. seria a minha cara soltar, do nada "ah, então, naquele dia eu não te vi", tipo me entregando na desculpa, hahahahha

14/12/05 10:21 PM

 
Blogger Raquel, Augusto e Agatha Drehmer said...

hahahahahahhaa
ou então ela ligar pro Gui pra entender a história e você falar "o Gui mandou dizer que não está".

15/12/05 12:23 PM

 
Anonymous Anônimo said...

já sabe que passei mal com esse post. rs

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gostei da casa nova. e já joguei o link lá na minha gaveta de blogs

15/12/05 4:56 PM

 
Anonymous Anônimo said...

Curioso... vc tambem mudou de endereco de blog em dezembro de 2004... coincidencia?

16/12/05 8:56 AM

 
Anonymous Anônimo said...

adoro a raq se sacrificando para pegar pizza pra mim.. [ :-P

19/12/05 11:34 AM

 
Anonymous Anônimo said...

hehe
Situação pra lá de constrangedora! Não gostaria de estar na tua pele!

Tem gente que atrai esse tipo de coisas - comigo é assim sempre me envolvo com situações estranhas - é como ter o dedo podre... mas nao liga, um dia vc acostuma!

Um beijo

19/12/05 6:49 PM

 
Blogger Fernando Brito said...

Então, como eu ia dizendo no outro blog... Faça como eu: seja antipática!

25/12/05 4:12 PM

 

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